O aparecimento do homem na
Terra não aconteceu num determinado momento da
história que nós possamos marcar com precisão. O homem não se definiu de um
momento para o outro... foi o resultado de uma longa evolução física e
intelectual que durou vários milhões de anos. Desde os primatas primitivos,
Ramapiteco, Australopiteco, Homem 1470.
Ao longo de milhões de anos o
nosso planeta tem passado por profundas
alterações químicas, geológicas e climáticas. Sem dúvida, a mais importante das
transformações ocorridas na terra teve lugar há cerca de três mil milhões de
anos, quando surgiram as primeiras formas de vida. Eram microrganismos que se
foram multiplicando e dando origem à variada vegetação que cobre o planeta. Mil
e quinhentos milhões de anos depois, apareceram os primeiros organismos
animais, que por sua vez se diversificaram em numerosíssimas espécies. Hoje
povoam a terra cerca de dois milhões de diferentes espécies vegetais e animais.
As espécies foram se
originando umas a partir das outras, através de mudanças
sucessivas. A este processo de desenvolvimento e transformação gradual dos
seres vivos chama-se evolução natural.
Por outro lado, nascem certos
seres vivos com características
diferentes das dos seus progenitores porque se dão erros na transmissão
genética. Diz-se então que os
seres vivos sofrem mutações.
Foram precisos milhões de anos
para que o homem se formasse como um ser
distinto no mundo animal: um ser bípede, erecto, de mãos hábeis e de cérebro
complexo. Essa formação iniciaram-se quando certos primatas, na sua luta pela
adaptação ao meio, foram adquirindo progressivamente os carácteres que definem
a espécie humana. É precisamente o estudo desse longo e lento processo de
mudanças a que chamamos hominização – que vai mostrar
como nasceu o Homem.
O conjunto
de transformações que levaram um ramo de primatas, numa
lenta evolução, a adquirirem características sucessivamente mais próximas da do
homem atual é designado por processo de hominização.
As fases do
processo de hominização são:
1- Os
Australopitecos e Homo Habilis – evoluídos do ramo
dos hominídeos e mais aparentados com os macacos, tinham uma capacidade
craniana, que andaria a volta dos 500 cm³, já utilizavam instrumentos muito
rudimentares de pedra, osso e chifre; e viveram em várias regiões de África há
mais de 3 milhões de anos.
2- Os Arc antropos, Pitecantropo ou Homo erectus – com uma caixa
craniana de cerca de 800 cm³, viveram há 700 anos em várias regiões da Ásia,
África e Europa. Fabricavam instrumentos mais perfeitos (os bifaces), conheciam
o fogo, que produziam por fricção ou por choque, e eram caçadores de animais de
grande porte.
3- Os
Paleantropos, Homem de Neandertal ou Homo sapiens
há cerca de 150 000 anos, viviam na Europa Central criaturas muito evoluídas
nas quais alguns historiadores
pretenderam ver o primeiro Homo sapiens (homem pensante, com inteligência).
Receberam o nome de homem de Neandertal – a localidade da Alemanha onde foram
encontrados os restos de um esqueleto desse tipo. Vivia em grupos numerosos com
grande mobilidade. Fabricava instrumentos variados, recorrendo a técnicas
avançadas e introduzindo-lhes elementos estéticos. Provavelmente praticou o
canibalismo, mas é com ele que se encontram as primeiras provas de sepultamento
e ritos funerários.
4- Os
Neantropos, homem atual ou Homo sapiens sapiens – surgiu há 40 000 anos
e foi descoberto na gruta de Cro-Magnon, em França, e por isso lhe deram o nome
de Cro-Magnon. O volume médio do seu cérebro era de 1500 cm³, e o seu aspecto
exibia já traços dos mais importantes grupos rácicos atuais: a raça amarela e
Negroide, ou a raça negra. O arco e a flecha deram-lhe o domínio sobre os
outros animais, e nas grutas onde viveu criou belas obras de arte.
