Origens do Tráfico de Escravos
A prática de compra e venda de escravos africanos pelos Europeus teve início em 1441, quando os navegadores Antão Gonçalves e Nuno Tristão trouxeram para Lisboa dez escravos capturados na Costa da Guiné. Em 1444, chegou a Lisboa o primeiro grande carregamento de escravos, totalizando 263 indivíduos. Isso ocorreu principalmente por motivos comerciais, uma vez que entre 1510 e 1555, aproximadamente um décimo da população de Lisboa era composta por escravos e seus descendentes.
Alguns desses escravos foram empregados como mão-de-obra na agricultura, principalmente no Sul de Portugal (Algarve), na Madeira e nos Açores. No início do século XVI, os Portugueses, já estabelecidos nas ilhas de Cabo Verde e São Tomé, estabeleceram plantações de cana-de-açúcar, utilizando escravos capturados das costas do Senegal, Costa do Ouro e Benim.
A exploração da terra na América demandava uma grande quantidade de mão-de-obra. Os povos indígenas, em pequeno número e acostumados a uma vida nômade, não suportaram a escravidão: muitos morreram, fugiram ou foram massacrados. Também foram enviados europeus degredados ou servos, porém, estes não possuíam experiência na agricultura tropical. Foi então que os grandes proprietários passaram a utilizar os escravos africanos, que eram mais robustos e experientes nesse tipo de agricultura. Assim, teve início o comércio triangular.
A necessidade de mão-de-obra africana aumentou à medida que a América era explorada em seus recursos agrícolas e minerais. As plantações nas Antilhas e no Brasil prosperaram com o cultivo de açúcar, tabaco e outros produtos.