"A expansão marítima não foi um acontecimento casual, mas sim um fenômeno influenciado por uma série de fatores econômicos, geográficos, políticos, sociais e científicos. Entre eles, destacam-se os seguintes:
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| Reflexos do Encontro Global de Culturas em África, América e Ásia |
O monopólio comercial exercido pelos árabes e italianos
As relações comerciais entre os europeus e o Oriente remontam a tempos antigos, mas foram revividas e ampliadas por volta do século XII, após um período de declínio durante a formação da sociedade feudal. Da região oriental chegavam à Europa produtos como sedas, tapetes, joias, açúcar, plantas medicinais e especiarias como canela, pimenta, cravo e noz-moscada. Os europeus, por sua vez, forneciam produtos valiosos adquiridos pelos árabes nos portos da China, Índia e Pérsia, transportando-os em caravanas de camelos até Constantinopla. Enquanto isso, os italianos de Gênova e Veneza navegavam pelos mares Mediterrâneo, adquirindo mercadorias no norte da África para distribuir nos principais centros comerciais europeus.
A necessidade de ouro para a atividade mercantil
O ouro adquiriu uma importância crucial com o desenvolvimento do comércio na Europa, levando à cunhagem de moedas nacionais. Além de ser usado como meio de troca, o ouro era essencial para comprar e vender mercadorias com os árabes.
A busca por novas rotas para o Oriente
Relatos de viajantes como Marco Polo, que difundiram informações sobre mundos distantes repletos de riquezas, aguçaram a ambição dos mercadores europeus. O reino cristão extremamente rico conhecido como o reino do Preste João, situado no Oriente, também incentivou a expansão europeia. Todos esses fatores tinham como objetivo reduzir a dependência dos intermediários árabes, permitindo aos europeus obter produtos orientais diretamente de suas fontes, a preços mais acessíveis e com lucros maiores, ao mesmo tempo em que se evitava a drenagem de ouro.
O avanço das ciências e técnica
A burguesia, cuja riqueza estava ancorada no controle da produção e do comércio de mercadorias, desempenhou um papel crucial no impulso ao desenvolvimento científico e técnico. Entre os séculos XIII e XIV, as universidades europeias abriram suas portas para um grande número de estudantes, impulsionando os estudos em áreas como astronomia, física, matemática, geografia e medicina."
